14 de janeiro de 2018

Flores no asfalto*
Penso que será um tempo para observarmos e cultivarmos flores no asfalto.
Há uma imensa angustia para elencar fatores críticos diante de tantas informações, inverdades, contradições e interesses.
Mas não vemos flores que brotam do asfalto frio com a delicadeza de suas cores e força e, delas, a luta silenciosa diária para sobreviver, resistente a seca de valores, das inundações de vazios, dos ventos ocos e do ruído infame.
Da ignorância do transeunte, a inobservância do apressado, da insensibilidade do sapato engraxado, do olhar desatento do estudante mediatizado, do ouvido aguçado do curioso.
Deter-se diante dela é entender que há tanta força, tanta beleza oculta, nesta pequenina expressão da natureza, que seus códigos me perturbam.
Este sinal da vida a expressar no duro asfalto talvez, nos queira indicar, que daí nasce às utopias...
*Paulo Bassani

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